As marcas estão investindo cada vez mais em tecnologia para entregar peças publicitárias, direcionamento estratégico e ações mais próximas do perfil de identificação do público-alvo, em uma verdadeira relação de intimidade entre marcas e consumidores. Diferente de ações estáticas, consideradas já obsoletas como, outdoor, anúncios, ou campanhas generalizadas, onde a estratégia foi pensada para o coletivo, a tendência agora é a personalização e valorização da individualidade de cada experiência.
Por isso, as empresas de comunicação investem em softwares que se utilizam de tecnologias de machine learning, text analytics e mineração de dados para cruzar informações específicas de cada usuário para expandir a visão de interesse e as possibilidades de atração desse consumidor, com base em conhecimentos prévios capturados e analisados de acordo com os filtros parametrizados dos objetivos de cada marca. O uso da tecnologia na comunicação torna as experiências mais ricas e assertivas, possibilitando além da aproximação com o consumidor e a marca, a promoção no aumento dos resultados de vendas, já que entrega ao indivíduo exatamente o que ele busca e espera.
A personalização e customização oferecida por técnicas de inteligência artificial vão muito além do diferencial que um ser humano consegue promover. Seja na definição de uma estratégia de marketing ou comunicação, ou em um processo de vendas, onde a base de dados é analisada rapidamente e incansavelmente conforme os interesses milhares de vezes, a chance de melhores e maiores resultados na busca daqueles clientes que atendem um determinado perfil, que possuem um interesse característico ou ainda, que representam um nicho específico é sem dúvida mais ampla e concreta.
Por maior que seja a experiência do vendedor em distinguir o tom de voz, vestuário ou vocabulário de um cliente para vislumbrar os produtos mais adequados ou a forma mais assertiva de abordá-lo, o nível de intimidade e conexão que se permite estabelecer em uma experiência convencional com cada cliente é infinitamente menor do que os achados tecnológicos permitem alcançar.
As possibilidades de realizar cruzamentos de informações com os conceitos de mineração de dados através de softwares de Big data é infinita, e somar à amplitude de uma inteligência de dados eficiente às informações podem significar o sucesso de uma empresa, produto ou ainda marca no mercado. Esta visão alcança uma condição única – a de repetir cruzamentos ilimitados e modeláveis de informações a cada momento e necessidade da empresa - através de uma base de dados crescente, e garantindo sempre experiências únicas e satisfatórias ao consumidor. Diversas marcas do universo corporativo, com tradicional ou essência tecnológica já se beneficiam dessas condições no uso de AI e lançaram seus produtos voltados para essas experiências, como o Banco Bradesco e sua atendente virtual especial chamada BIA e a IBM, com o lançamento de seu produto Watson, que permite integrar inúmeros softwares de dados e obter riquíssimas informações após o tratamento de dados.
Agora na comunicação, a estratégia, apesar de nova, já vem ganhando cada vez mais adeptos, que sentem no dia a dia a necessidade de inovar, conhecer e impactar seu público de formas mais modernas e garantidas. A necessidade é tão concreta que no site Computer World, dos 20 eventos tecnológicos mais importantes listados para 2019, 50% trazem a relação tecnologia x comunicação como tema.
Um dos grandes motivos é o avanço também da (IoT) – Internet das Coisas – da qual tanto se fala atualmente. Muita gente ainda nem sabe o que significa o termo, mas o mundo discute o assunto e seus impactos na relação de consumo, já que segundo pesquisas da Juniper Research, até 2022, 50 milhões de sensores e dispositivos estarão conectados, isso representa mais que o dobro dos 21 milhões registrados em 2018, prevendo um crescimento de 140% para este mercado.
Afinal, IoT é literalmente a internet das coisas – da persiana da sua casa à geladeira da sua cozinha acessadas remotamente para trazer maior conforto, individualidade, praticidade e inovação à vida do consumidor. Isso sem contar nos inúmeros outros fins ligados à área industrial e corporativa, segurança da informação e tantas outras. E claro, se estamos falando de internet das coisas, estamos falando do consumidor para quem “essas coisas” são criadas e dedicadas; e não há como falar de relação de consumo e não citar o marketing, ou citar o marketing e não se referir às estratégias de comunicação.
Por isso, não se pode falar em tecnologia da informação e comunicação, sem citar o termo TICs, que justamente contempla o uso de inovação tecnológica aplicada na comunicação, como a telecomunicação. O IDC Brasil vislumbra um cenário flexível da área, justamente pela convergência da inteligência artificial, IoT, cloud, gestão de dados, e outras frentes da tecnologia no mercado, mas dentre todas elas, a Inteligência Artificial representa a parcela mais significativa no momento de evolução deste cenário, com investimentos que devem ultrapassar U$$ 50 bilhões até 2021. Só o mercado de big data & analytics, deve movimentar US$ 4,2 bilhões em 2019 no Brasil, resume a consultoria.
Portanto, tudo está neste momento absolutamente conectado e interconectado. Antes, em conceitos do uso da tecnologia à favor do consumo; depois, sobre as práticas no uso de softwares de big data para concentração da infinidade de dados gerados pelo indivíduo ao se conectar na rede ou à uma marca disponibilizando dados crescentes e generosos de respostas sobre consumidores; posteriormente, na inteligência artificial, que garante a mineração de dados de interesse, a fim de que sejam utilizados conforme o objetivo de cada marca, empresa ou circunstância no interesse de gerar uma comunicação significativa que resulte em vendas e, ainda depois, no desenvolvimento de produtos prontos à atender exatamente e individualmente a necessidade de cada consumidor.
Eliz Grigoletti
Jornalista – Especialista em Inteligência Competitiva
Sócia-Diretora da MITI Inteligência e Parceira da .Ai5. Comunicação.
Comentários