Crescimento do setor em 2021 impulsiona mercado, que prevê mais negócios neste ano
O ano de 2021 pode ser considerado como o melhor da história do mercado imobiliário, por conta do crescimento expressivo da oferta de crédito, do número de lançamentos de imóveis e do nível de vendas, apesar da alta do custo dos insumos (considerado o maior entrave para o setor desde o início da pandemia). E esse bom retrospecto anima as perspectivas para 2022, que apresentam previsão de crescimento maior do que o projetado para a economia nacional e aumento no número de postos de trabalho.
Segundo dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), a expectativa é de que a indústria da construção deva consolidar 7,6% de crescimento em 2021. Para a instituição, o resultado positivo do setor é reflexo do ciclo de negócios iniciado em 2020, com forte contribuição da taxa de juros em patamar considerado baixo. Em 2022, a estimativa da entidade é de crescimento de 2% do setor, desde que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional se expanda de 0,5% a 1%.
Apesar do persistente aumento do custo do material de construção desde o início do segundo semestre de 2020 (o Índice Nacional de Custo de Construção (INCC) subiu 13,46% de janeiro a novembro de 2021, maior patamar desde 2003) e o custo global da indústria da construção do Estado de São Paulo registrou alta de 14% em 2021, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil de São Paulo (Sinduscon-SP), o aumento do crédito imobiliário impulsionou a aceleração do crescimento da indústria da construção. A concessão de crédito somou, de janeiro a outubro, R$ 171,8 bilhões, uma expansão de 38,6% frente a todo o ano de 2020, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).
Outro dado que sinaliza bons ventos para 2022 no setor está na previsão de aumento do número de postos de trabalho na construção civil. Como mostra a CBIC, o setor apresentou, no acumulado de janeiro a outubro, o maior número de geração de vagas dos últimos dez anos. O Sinduscon-SP registrou, em outubro, aumento do número de vagas de 11% em um período de 12 meses, aumentando as expectativas para a período seguinte.
Crescimento das opções para compra de imóvel
Além de programas habitacionais já conhecidos e consagrados, como o atual Casa Verde e Amarela, o governo tem procurado incentivar o mercado imobiliário com novas ações e benefícios, como o Habite Seguro, destinado a profissionais da segurança pública de todo o Brasil. Essas ações buscam facilitar o acesso à compra de imóveis e são mais um fator de ânimo para as empresas e previsões para o setor.
O otimismo para 2022 também se reflete pela aprovação, pela Caixa Econômica Federal, do aumento do orçamento operacional do FGTS para a habitação, oferecendo mais subsídios por meio da utilização desses recursos para o financiamento imobiliário. A previsão é de incremento de R$ 6,9 bilhões para a contratação de obras e de R$ 500 milhões em subsídios para a aquisição de moradias. Esses recursos podem ser utilizados para quitar parte do financiamento junto a bancos e para amortizar o pagamento a cooperativas habitacionais, que têm modelos próprios de financiamento.
Frente à previsão do aumento de juros – e consequente encarecimento do financiamento imobiliário –, o cooperativismo tem se mostrado como uma das alternativas mais favoráveis para quem tem o objetivo de adquirir um imóvel. Além de oferecer opções de pagamento direto, o que facilita a vida da grande parcela da população que tem baixa ou média renda, a própria natureza da construção de imóveis por meio de cooperativas apresenta redução de até 40% no valor do imóvel, segundo Carlos Massini, presidente da cooperativa Habitacional CICOM, de Guarulhos (SP).
“O cooperativismo habitacional dá condições a todas as parcelas da população de realizar o sonho da casa própria por meio do oferecimento de imóveis com preço justo, já que o objetivo da cooperativa não é o lucro, e sim a construção em si de moradias. As opções e condições de pagamento levam em consideração o perfil do consumidor, diferentemente de um financiamento convencional, que pode comprometer muito a renda de famílias de baixa e média renda”, explica Massini.
A experiência no setor conta muito para as cooperativas, que podem garantir aos interessados segurança na compra e a certeza de que poderão usufruir de um imóvel com infraestrutura de qualidade, opções de lazer e boa localização, por conta da possibilidade de redução de custos e obtenção de vantagens que somente a negociação coletiva pode oferecer. Segundo o presidente da CICOM, o cooperativismo habitacional tem cada vez mais confiança do consumidor por permitir a discussão conjunta de detalhes sobre a compra do terreno, dos materiais de construção e da contratação de mão de obra, além de ser um modelo socioeconômico eficiente, que tem o poder de reduzir o déficit habitacional do País.
“O cooperativismo é um modelo de aquisição que beneficia a população economicamente e socialmente. Seus diferenciais são especialmente importantes para famílias que guardam recursos por toda a vida para realizar um sonho, ao tornarem viáveis os custos, as possibilidades de pagamento e uso do FGTS, e o acesso a um empreendimento de alta qualidade que lhes ofereçam conforto, comodidade e funcionalidade”, diz Massini.
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